Vai!
Grita, chora
Geme, implora
Quero-te caído
Mutilado, ferido
Talhado, rangendo dentes
Qual cão raivoso
Amarrado, impedido, castrado
Sem dó, nem piedade
Sem pêlo, nem vaidade
Arrancar-te os cabelos
E as vontades
E deixar-te sem nada
Um nada, jogado feito trapo
Farrapo de gente
Demente, clemente até a morte
E depois esquecer-te num canto
Imundo, com fome, sem nome
Nem língua que possa ferir-me, não
Nunca mais nenhuma palavra
Que me parta ao meio, não
Nunca mais ver-te saindo, não
Nunca mais um sorriso teu.