Sem testemunha


 
Apesar do tempo seco
deste agosto atípico,
das vertigens que me
faltam o ar,
a poeira nos olhos
não afastaram
as lágrimas doces
das lembranças de um tempo
passado, tão presente,
que o tempo relógio
não teve coragem
de contar as horas, somente
embrulhar em fitas de prata
os minutos que seguiram
e que em segundos voltam
lépidos aos meus olhos
num filme de quadros infindos
quando, saudosa, tento ver a lua,
diante da névoa que me acomete
sem testemunha.
 
Jataí-GO
11-08-2010