caderno cor de laranja
Despeja-se em dois
cai de lado, mas nunca se encontram
controlam, respiram
lado do lado
afanando contigentemente
sem entrelaçar-se
grundam-se
mas não a beija
a deseja
é possuído pela fome do desejo
castigando os lâmpejos
despeja-se em grão
na ira do amor
na loucura da paixão
na ensensatez da solidão
no rabisco de carvão
em chão de lucidez
olham-se, se fazem-se
por fazer amor
enxergando o lado íngreme da alma
saltos baixos
altas descobertas
escritas nas entrelinhas
das minhas esperanças
todas conflitadas no meu
caderno cor de laranja.