Meu segredo!

Te confesso secamente meu segredo

Este que tanto guardo aqui comigo

Para todos em tanto negado

Por todos e tantos conhecido!

Confesso meu segredo ao inanimado

Que não há de trair-me repousando no céu!

E guardará meu segredo, não o segredará

A outro astro que se nomeie do amor véu!

Confesso-o já agora, o segredo

Porque se me leva a morte amiga

Se saiba enfim meu destino

Que ao menos outrora achei-me guarida!

E que passe estranho o tempo

E não mais se tenha amor

De julgarem todos corações curados

De viver em vida em tal dissabor!

Nem conheço meu segredo

De mim e de todos tão escondido

É que só por amar-te o escondo

E ainda ao revela-lo o trago comigo!

Só por amar-te escondo que te amo

Nada parece ter tanto sentido

Nada parece ser tão sem sentido

De esquivar-me assim de amor que tanto chamo!

Relato em vida o viver do não amor

Relato em vida a vida de febril sorte

Que meu segredo bate em meu coração

Que antes de mais sofrer me leve a morte

Meu segredo em segredo eu não o recuso

Meu segredo é em segredo como açoite

Que inda sofro e a tantos nego

Que penso nele toda a noite!

dhália
Enviado por dhália em 21/09/2006
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