O Super Humano
Perdido na busca intensa por uma resposta que nunca vinha, foi que percebi a intensidade da dor causada pela tua culpa inexistente.
Na alegria da resposta antes tão esperada foi que conheci de fato minha desesperança.
E estes forasteiros tão certos no que dizem, no que fazem, no que mentem, mal podem entender nossa fé, nossa crença.
Adeptos, portanto, do estranho, do insano, do ultra-humano, caminhamos juntos, cada um numa direção, para mais longe um do outro. Para nossa própria razão.
Ceiamos com os estrangeiros, e partilhamos suas alegrias ao rirem de nossa tristeza.
E depois de tudo sofremos em silêncio, mas também nos divertimos muito nas entrelinhas desta situação. E eles, os estrangeiros, mal podem entender nossa festa, nossa dança.
E como nós dançamos...
Depois de tudo cansamos juntos.
Cansei também.
Foi quando olhei para trás. Era o futuro como antes havíamos imaginado... Um presente previsível? Não... É que tenho manias de d´javú e de repetições.
É que tenho mania de viver.
É que tenho medo de voar.
Procurei recordar o memento fatal do erro, e vi que nem sempre foi você. Mas foi. E não pude culpá-lo por um erro tão meu. Tão nosso...
Só pude lacrimejar uma angustia sofrível, acuada num canto escuro de mim, já que o momento inoportuno de hoje não me permite vomitar esta dor.
É que a miséria de nossas vidas parece insignificante diante da dor do mundo.
É que sofrer parece ser a razão vivida de a gente ser.
E ser eu é doloroso de mais.
Hudson Eygo