A ÚLTIMA VEZ QUE A VI

A PRIMEIRA VEZ QUE A VI

CRIEI EM MIM FESTIVIDADES SACRAS

HOLOFOTES DE UMA NOITE ESPLENDOROSA.

A TRANSLÚCIDA PAIXÃO INAUGUROU

MINHA ALMA DE FORMA INAUDITA.

A SEGUNDA VEZ QUE A VI

NÃO ENCONTREI SINONIMOS RAROS ,

NEM APÊNDICE QUE ARRANCASSEM DÚVIDAS,

NEM ADJETIVO PÁTRIO

QUE ME POVOASSE NO PÁIS DO AMOR

PARA ALBERGAR MEUS SENTIMENTOS.

A TERCEIRA VEZ QUE A VI

SENTI-ME UMA MONTANHA DE GELO longíqua

NAS INÓSPITAS REGIÕES POLARES,

SE DESLOCANDO PAULATINAMENTE

DERRETIDA PELO SOL

DA DISTÂNCIA TIMIDEZ!

A ÚLTIMA VEZ QUE A VI

ENGOLI VERSOS E TROVAS

MINHA FACE MAXIMIZOU EM RUBORES.

ELA CONTEMPLOU MEU CORAÇÃO BORRIFADO DE ENTUSIASMO

E O DESEJO ESCORRENDO COMO CHUVA

PELA JANELA DE MINHAS vítreas MÃOS.

SUBITAMENTE ABRASADO DE CORAGEM,

FIZ O PRIMEIRO ACENO

COMO PÁSSAROS QUE ALÇAM VÕOS

NO CRESPÚSCULO DO ÂNGELUS.

MAS ERA TARDE DEMAIS.

HAVIA OUTRO.

PRECIOSO FARRAPO!

FAÇANHA INÚTIL!

TRIUNFO EMBARAÇOSO

DE MINHA OPULÊNCIA FAMINTA!

POR QUE ESTE ARDOR?

ESTA CIRCUNSTÂNCIA DE AMAR ASSIM?

UMA FACE TÃO BELA E ILUMINADA

DESFIGURADA NA OBSCURIDADE HOSTIL

DE UM INESQUECÍVEL ESQUECIMENTO.