CONDICIONAMENTO OBSERVANTE

Quando me pede pra olhar no olho

Acha que é fácil isso para mim

Mergulhar fundo em teus belos olhos

Como se mergulha para o próprio fim

E assim aos poucos fui condicionada

Tendo lições de como te encarar

Agora sinto que me perco nelas

E volto sempre para te observar

Eu aprendi a te olhar no olho

E a pedir que não me olhe assim

Como um vento que avassala tudo

Pois desse jeito vou me perder de mim

E quando volto já estonteada

Desta viagem que é olhar você

Vi que te li ao passo que me leu

E vi o quanto consegui crescer

Agora partes para outros olhos

E já me foges teu olhar amável

Como em uma extinção fatal

O meu olhar voltou a ser estável

Busco teus olhos em cada página

No feed-back da imaginação

Voltei aos sonhos pra te reencontrar

Todas elas foram “tentativas em vão”

Pois já não tenho o teu olho no meu

Lendo, relendo, me compreendendo

Não tenho teu sopro a me aliviar

Nem o teu abraço me aquecendo

E nos passos desta rua solta

Não tenho você me esperando

Não tenho agora a tua companhia

Nem tua música me acalentando

Tenho as lembranças de nossas aventuras

Tenho a esperança de te reencontrar

Nesta fuga louca que nos fez humanos

Um para o outro sem nada forçar

Porque conheci um homem irreconhecível

Que me viu mulher sem nunca ter sido

Porque tive comigo alguém que já sonhei

Uma sonho real que não vai ser esquecido

Fui me condicionando em coisas tão fugazes

Nunca tinha visto um homem a chorar

Como também jamais troquei nenhum

Aos poucos vi que era tão salutar

Hoje eu sei que não está aqui

Já não me peça pra ligar saudosa

Porque te ligo sem nada pedir

Com cara de CEA e voz chorosa

Se eu fui aos poucos condicionada

Não quero a extinção desta companhia

Que me acalma e me faz mais forte

Sonha junto comigo e faz minha alegria.

Magna F. 2/06/2010 as 17:30hs

Magna Eugênia
Enviado por Magna Eugênia em 29/08/2010
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