Amor da lua cheia!

Lembro-me de ti quando avisto a lua cheia,

Estivemos juntos uma única vez, há tempos...

Ia à noite como teu sono, em suspiros,

Não sei bem quando, mas no céu havia estrelas,

Teus passos suaves abriam alas ao paraíso,

Calma, cálida, milagrosamente lindo!

Deslizando em flores recém desabrochadas,

Banhavam-te cascatas de pétalas,

Flutuavas embalada, num campo de rosas,

Até mesmo o céu descia para te observar!

E o luar trilhava teu caminho entre as rosas,

Que murchavam felizes nesses campos,

Por presenciarem fascinadas, seus encantos.

Observava-te com teu vestido marfim,

Apreciando o bálsamo das acácias,

Flores da vida!Vendo tuas façanhas,

O brilho da lua reluzia em teu rosto, sem fim,

Olhava para o céu de forma distraída.

Seria uma ilusão tão real ver um anjo?

Acaso, que atraiu meu olhar à meia-noite?

Solidão perfumada por uma rosa triste!

Visita noturna da luz de um arcanjo!

O relógio era inútil! O tempo parava!

Éramos só nós! Ah, como o coração acelera

Quando a lua no céu se revela!

Raramente em sonhos, posso tê-la...

Acordei... Perscrutei... E logo tudo sumiu.

Recordo-me bem, era lua cheia e brilhava...

Não durou mais que uma noite a cor da lua,

Cascata de pétalas, flores da vida, partiu,

Campos de rosas balsamo da alegria,

Findou no colo da deusa que o soprava,

Esgotado, só teu sorriso não me deixou,

Nas horas finais da noite, raiar do dia,

Observei teu olhar pra lua que ficou,

A luz caia aos poucos, eu perdia sua imagem,

Ah, como gostaria de alcançar tal miragem,

Poder adentrar nas camadas estrelares,

E criar-te um signo, nova divindade!

Quanta brancura e pureza, quão doloroso,

Era sentir esse amor, tão primoroso!

O encanto deu lugar à realidade,

Como nuvens imensuráveis de tempestade,

Apenas a lembrança permaneceu, a tua.

Não me deixaram mesmo com minhas vivências,

Confortando meus passos pela vida,

Não se foram como foi minha inocência.

Pois a cada lua cheia a tenho em meus braços,

Pertenço-te a cada noite que passo,

Recordando-te. Minha melhor penitencia.

Quero mergulhar no teu esplendor,

Repousar nos teus braços de seda, macios.

Não há outro astro que se iguale a ti nos céus,

Em noites de lua avisto meu silencioso amor,

Que mesmo em dia, me ponho a procurar,

Uma lua tão gloriosa que nenhum sol ofuscará.

tomb

Tomb
Enviado por Tomb em 03/09/2010
Código do texto: T2476383
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