VERMELHO
Cavalgo a noite vermelha
sorvendo a música cortante e dolorida
de um distante violino.
O vinho escorre por minhas veias,
aquece meu desejo
queima lentamente...
Gosto desta dor
lancinante
capaz de cortar como navalha
expondo aquilo que não quero esconder.
A noite é vermelha como o vinho
e se derrama sobre a cidade tal qual
pássaro noturno.
Voa rasante sobre mim
se incrusta em minha pele.
Cavalgo a noite vermelha
selvagem amazona
de distantes eras
de idos tempos
imemoriais.