Amor

Passarela de pedaços... Um Amor aos "bocados"... Boca insana... Corpo que assanha.
O perambular pela face... As gotas das mãos... O ar que para... Pulmão.
Passeio pelas esquinas de mim... Pelas vestes que tombam ao iluminar do sol.
O aquecer das conchas... Da colcha de retalhos... Da certeza de um dia melhor.
Passo... Passos... Em direção a estação.
A cadeira de madeira... O balançar das pernas... O lembrar das rendas... Das pérolas.
Diz-me que as pétalas são seletas... Que as jogas pelos caminhos que piso... Um Amor endereçado... Uma brincadeira de criança.
Olho a ponte, acortinada por um passado... Caminho nos trilhos... Dormentes amassados.
Mergulho em mim... Nas histórias contadas... Nas flores plantadas... Na aroeira em flor... Xaxim natural para as orquídeas que adorno.
O Amor em lugar febril... Nos trigos verdes... Na loucura cigana... No quadril que, em contas, dança.
Olhos e cajal em linha... Pira que se acende aos corpos e os queima no final.
Loucura... Sanidade... Pobreza e Recurso... O Amor, assim nasce.
Empírico alarde... Sensível retardo...
Puro... Absoluto reflexo da humanidade.
Sementes e mel... Nos lençóis da Arte!




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