AMOR ETERNO
E aquelas palavras com cara de pedra
As transformei em heras,
Domei-as como se fossem feras,
E delicadamente toquei em tua mão
Como se tocasse num anjo de pedra sabão,
E murmurei versos que tirei do fundo dos rios
Feitos com palavras que tiritavam de frio,
Vi que as aquecia e o calor de tua voz
Aquecia o mundo todo à volta de nós...
Pedi licença para te amar,
Para sair, para entrar
Em tua casa cheia de flores e vasos,
E dormi a noite eterna em teus braços,
Velado por estrelas que piscavam seus olhos
Repletos de vagalumes que dançavam...
Ali, em nós, o fim o começo alcançava...
Um pouco de rubro tom de vermelha madrugada,
Nada nos definia como amantes, nem nos assustava,
Nossos passos alcançavam estradas desenhadas no céu
Enquanto sobre nós estendia, a mão do universo, um véu.