NADA SEI

Não sei por que espero

o amor, este engodo dourado

que me manteve presa em

seus lábios por outros molhados.

Não sei por que improviso

as noites em meu corpo se

nunca está em mim,

mesmo se mira meus olhos

com seus olhos cansados

de tanto contemplar a beleza

que não tenho para o desesperar.

Não sei por que o espero

se seu amor sempre foi

farol às avessas e me levou

às ilhas ilusórias da paixão

lá me deixando nua, sem sol,

mais nua que sua indiferença.

Não sei, nada mais sei

a não ser da presença deste amor

que você olha com o desdém

dos deuses e a frieza dos desalmados.

Amor sem fogo na manhã.

Quimera de um solitário querer.

Saramar
Enviado por Saramar em 29/09/2006
Código do texto: T252038