CHAMA

(Lena Ferreira)

Sei de ti um pouco e tanto

do querer que te consome

sei das madrugadas noites

insones, não dormidas

desacordo com teu canto

aflitivo em gritos mudos

calados versos; canções

doídas, lembranças idas

Sei e porque sei o quanto

imagino um canto leve

de conforto à tua alma

no meu colo tão sereno

e morno; brisa amena

tão pequena a nota; pouca

Tão carnuda a tua boca

beijo-a em pensamento

e o gosto agridoce invade

cada canto do meu céu

Dou-te os meus segredos

mais secretos, escondidos

amanhecidos em nuvem branca

e a palavra franca matinal

(bom dia, lindo! és especial!)

Chama tu a pequena

chama tu a Serena

morena da íris de mel

e garras da noite plena

absurda lua em fases

absorta em devaneios

Chama tu que a chama

acalma a calma afinal