Esta palavra
nem sempre palavras servem
às vezes falham
ao tentar dizer o que sinto por ti
ao vestir rapidamente a fantasia
de poeta – deixar de lado a do serviço
público que pouco gostas que apareça
no poema – entortar os possíveis sentidos
que cada conjunto de letras unidas possam
passar à leitora que me importa: tu!
eu mesmo teu noivo em algumas ocasiões
demonstro um semblante que não condiz
com o que mereces que te ofereça
incontrolavelmente me escapa o sentido
que tenho diante de ti e fico esquisito –
então sou meio palavra perco por ora
a melhor maneira de estar contigo, porém
palavras são estáticas representam o que
a elas cabe; eu, não, posso mudar voltar
a ser o que realmente a ti seja bom.
entretanto
insisto em me debruçar sobre
o papel para despejar o que do meu peito –
mais que da boca ou do cérebro – pende
sem parar: EUTEAMO! como palavra
inventada juntada de outras pronomes + verbo
+ ponto de exclamação. essa é por nossa conta
e dá conta de tudo que sinto sentimos sentidos
aguçados a derrotarem saudades e distâncias
palavra rara que vence o caco das outras
palavra que causa inveja nas outras
constrói paisagens à nossa volta
rege tece cose adorna ajeita domina escreve
poemas por mim a ti, meu amor!
EUTEAMO!
sempre!
Ao meu amor, Vanete Oliveira, sempre!