Amor Ardente

O corpo imóvel espreita a luz acesa

O rosto rente à relva viva e tesa

Observar o amor platônico

O sólido corpo que eleva a fonte

Na estupidez do ostracismo cínico

O amargo é sabor que pesponte

Córrego sereno navega entre os montes

Pernas e peitos expostos e desnudos

Balbuciam rimas e elevam escudos

Golpes ao vapor no ar do afronte

Do horizonte o amor é ardente.

Rio de Janeiro, 7 de outubro de 2010.