Amor imortal

Não falo desse amor

Sufocado, finito e faminto

Desse amor que te faz fracassado

E perdido em imaginários caminhos

Não falo desse amor

Revoltado, angustiado, pré-datado

Desse amor que tem te devorado

e lançado em tantos descaminhos

Falo do amor sonolento

De amanhecer enlouquecida

Respirando a simples brisa

Na esperança de esperar o tudo o nada.

Falo do amor companheiro

Mesmo longe não se esquece do amado

Não precisa de agenda, mapa, roteiro

Faz seu próprio rumo certeiro

E navega até o infinito

Ao ouvir um simples grito

Do amado, ainda inacabado

Pois era apenas ensaio de pequeno gemido

Deste amor forte, destemido

Que não preciso falar, nem demonstrar

Pois no meu peito arde, inflama

Às vezes mal posso respirar

Este amor de manhãs silenciosas

Perdido em tuas curvas suntuosas

Onde esqueço o tempo passar

Para a sós contigo, só amar.

Este amor de tardes fogosas

Em que me entrego a tuas mãos sedosas

Onde encontro pequenos segredos

Grandes mistérios, realidades nervosas.

Não posso calar o amor que em mim clama

Cuja chama cada vez mais forte

Arde tão forte ao mesmo tempo inocente

Ah o amor que tenho por toda esta gente.

Não falo desse amor mortal

Sinto este amor tão especial

Impossível de descrever, só sentir, essencial

O amor ao ser divino, que nos faz imortal.