meteoro

confesso que pude notar-te, meteoro inusitado,

quase figurante sob o tênue espetáculo de estrelas casuais.

confesso que seria mais, se não fosse menos

e o menos é muito mais no mais do menos programado

para ser a medida exata.

e o que importa a medida, se não tenho meio,

se subverto o carpe diem, se quero o longe

com o perto já seduzindo meus lábios,

se abdico da lança para tomar uma adaga,

se quero o contato, rasgue o que rasgue,

quero o ódio nos olhos da algoz,

não o lance de dados que resultou no meu fim.

quero o sangue do meu coração em tuas mãos,

quero macular-te com devoto amor.

quero mergulhar na profundeza da noite

acreditando que um dia seu sol se abrirá pra mim.

jeferson bandeira
Enviado por jeferson bandeira em 10/10/2010
Código do texto: T2548072
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