A calada noite

Um homem que nunca tive, jamais me perderá.

Uma mulher que se entrega de corpo e alma a alguém,

Será sempre perdida dentro de si mesma.

O sofrível é ser amizade sendo espera de amor.

O beijo bem dado fica na mente do desejo e o amor nem vivido acorda intenso e latente.

Dentro do peito o amor chega sempre bem perto.

O coração pode querer, mas a alma sente o vazio do desafeto.

Corações nem mentem, mas o instinto é selvagem e baqueia no voraz desejo de ser só entrega de energia.

Desejo ir além de todas as minhas esperas e viver a vida real que nem possuí.

E no afeto realizado ser um dia feliz.

Eu sem você vivo no limbo da escuridão.

E com você visualizo a força celestial do luar de apelos ao sol.

Num encontro entre montanhas e mar, o clarão de relâmpagos entre peles nuas.

Ao vento e vórtex, córregos e riachos, transcorrem nas veias as correntezas de solos, ao encontro de mares, miragens.

Morrer trezentas vezes e ressuscitar como estrela no céu.

Cometa mais uma vez o pecado de me amar sem propósito.

E eu saberei ser sua calada noite.

Diana Balis para Moreno

Rio de janeiro, 18 de outubro de 2010.