MEUS BOTÕES

Sutil, manso numa estrela

Sem tê-la ou vê-la

No remanso pousa

E nos botões repousa

Do universo, soube o meu verso

Inspiração... manhã dos meus dias

Não! Quem sabe? Eu já o conhecia?

Na roseira do meu quarto

Do meu recanto, do canto,

No seu canto, o assalto

Da rima fugitiva, airosa...

Botão de rosas!...

Abrindo o meu recato

Rasgou-me a roupa, abriu-me a boca

E eu, louca, o acato.

Voz minha, sozinha, muda, inunda alma

Desnuda, acalma,põe-me à prova

Amor... dos elos a desforra,

Botão de Rosas!...

Temor... pássaro tive...

Gaiola novamente pra ser livre,

Correntes... A que preço?

E eu me ajeito do meu jeito sem jeito

Que jeito? Luz difusa do meu leito,

Noite... morta! Açoite, foice, decepa meu medo

Foi-se embora meu segredo... rota

De ti envolta em volta de rosas

Alma revolta ...Revolta? Não!...

Cuspo o verso, afago a prosa

Beijos em Botão de Rosas.

Seguro o meu EU criança, doce, ateu.

Descrer de mim, matar a tonta, tanta

Dança, mansa guardada no lar

Desmaldade sem peias, veias, brincar...

Simples, amorosa.

Não explico, complico e fico

A mirar Botão de Rosas.

Olhos, não preciso, eu o contemplo

Não o invento, tento senso...

Tá frio... esfrio num fio penso... relento

Confio, rebento sonhos, alento,

Versos componho

Você arisco, peito a risco, arrisco

Receios, medo... pejo...

Pressinto, não consinto mas o sinto

No espinho das dores do caminho,

No galho das flores ansiosas

Que cultivo... vivo!

Botão de Rosas.

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 22/10/2010
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