Eterno Poeta

Soneto da Fidelidade

(Vinicius de Moraes)

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zêlo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, pôsto que é chama

Mas que seja infinito... enquanto dure!

JS
Enviado por JS em 06/10/2006
Reeditado em 06/10/2006
Código do texto: T257968