Final de linha

No final da linha

Está a extremidade

Que penetra

O buraco da agulha

Depois que transpassa

Puxa-se o fio

Para alinhar

As duas pontas

Então, os dois finais

Enroscam-se em um nó

Que prende o frio metal

Que antes estava só

Perfura-se o pano

Para, num espanto

Costurar o vazio

Na beirada que transborda

Uma doce renda

Assim, fica tecido

Um sonho alimentado

Pelo gosto do beijo

Pela prova do sal na pele

Mas que, no fim da linha

Não foi arrematado

Então, descosturou!

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 30/10/2010
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