QUE O AMOR NOS PEGUE!
Não quero ouvir esta fala mansa,
De tom melodioso – insinuante.
Só quero ouvir a voz do samba.
Não... Não quero!
Não quero e repúdio este olhar que me admira.
Se fosse olhar de amor não me importaria.
Mas, este desejo cintilando nas pupilas,
Tem sido minha insônia, minha agonia.
E outra coisa... Não venha buscar-me,
Com tuas mãos apressadas – atrevidas,
Desnudando minha pele suada...
Deixando-me descabelada... Toda atordoada.
Quero mais é requebrar no ritmo do tamborim.
E depois, esta tua fama de malandro da Lapa,
Já correu por todo o Rio de Janeiro.
Já fez dama da alta sociedade suspirar pelos cantinhos,
Seduzidas pelo teu molejo... Por teu olhar faceiro.
Ah, se o amor nos flecha-se em plena roda do samba,
Na madrugada não acabaria o samba...
Iria sambar... Sambar... Sambar até ficar de perna bamba.
Ah, se o amor nos pegasse na roda do samba.