Revelações

Foi pouco tempo desde aquela semana

Em que a Deusa do Fogo outra Deusa me trouxe,

Mas desde tais dias sentimento emana

Deste pobre ser que, por temer, calou-se.

Não pude aqueles lábios sentir nos meus

(Talvez se tivesse sido mais veloz...);

Antes, astuto Arlequim fez deles seus,

E eu, Pierrô, de mim tornei-me algoz.

Restou-me sonhar com seus gentis abraços,

Seu perfume a entorpecer os meus sentidos...

E então a tristeza confundiu meus passos,

Meus caminhos todos foram escurecidos.

Mas tênue linha de esperança faz-se acesa

E volta o sorriso do anjo que chorava.

Eu peço agora a Deus que se compadeça,

Me proteja do temor que me parava.

Possa eu falar do que há dentro de mim,

Contar a ela o que meu peito sente.

E se sua doce e linda voz me disser sim,

Meu coração pode ter paz finalmente.

Qual o brilho do sol em fresca manhã,

Dela o olhar sempre me ilumine;

Daquela a quem entrego os meus amanhãs,

Minha nova e eterna musa...

OBS> Deixo a cargo do leitor descobrir, ou imaginar o nome da referida "musa". Não publiquei-o porque esse texto já é um tanto antigo, e não seria bom dizer o nome dela aqui.

Lucas Barros
Enviado por Lucas Barros em 10/10/2006
Código do texto: T260938