Paranoia
Eu já tentei lhe esquecer tantas vezes, que me perdi de mim mesma....
Tolerei minha falta de identidade nos caminhos do pensar em você.
Tentei, ao fechar meus olhos, sonhar coisas diferentes de você,
pessoas diferentes de você, mas o hálito de desejo? Era o seu... Sempre!
Eu não conseguia dormir a excitação que me bania do meu próprio eu.
Olhei tudo ao meu redor e me enodoava numa corda cipó, enroscada,
no penhasco de um rio frio e negro, eu não conseguia sair e nem tão pouco pular.
Qualquer lugar que eu pensar, você estará por lá... Obsessão ou tesão desmedido?
A verdade é que não sou mais eu, me perdi e não mais me achei.
Hoje divago num tempo morno, mas que ainda me aquece como se dentro de um vulcão,
quando me percebo brincando de esconde-esconde com você pelos meus doudivanas sonhos.
Eu já tentei lhe esquecer de tantas vezes que me perdi da vida,
exilei-me de minha comunhão com a universalidade em lamúrias...
Em comoções, desalentos que nem mesmo o tempo,
em seu maior evento será capaz de abrandar por que...
Já faz tanto tempo que deixei você, que me perdi nos séculos,
na distância, nos meus medos de não conseguir te esquecer,
Quando adentrei a paranoia de viver você...

Edna Fialho

edna fialho
Enviado por edna fialho em 11/11/2010
Reeditado em 03/07/2017
Código do texto: T2609937
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