AMOR EVANESCENTE...
Um brilho veio acender os
meus desejos,
como se fosse uma pira em
dia olímpico,
enquanto os olhos dela agora
queriam se fechar,
porque uma letargia tomava
conta de suas vontades.
E na cama ela se revolvia
tomada de pesadelos
que me acordavam sempre
nas horas mais tardias.
Estava vivendo seus sonhos
todos desfeitos.
Enquanto uma chuva forte ia
e vinha indiferente
para lavar o que se poderia
chamar de tempo idílico.
Mas o que era isso?
Não, não era mesmo nada.
Era apenas um mal entendido...
perdido no umbral
de uma estória que antes
mesmo de começar
terminara.
Seus longos cabelos cobriam
meu rosto ansioso,
mesmo naquela tarde...
pensada como sendo cedo
para sua entrega ao prazer
que neste farfalhar de dia
parecia-lhe mais ignonímia.
Estava contra...
pensava contra...mas se
rendia,
porque das artes do amor
era ela a que mais entendia
quando me puxava
e de mim exigia ser a musa
querida.
Faz uma poesia para mim...
faz meu querido,faz.
E eu lembrando
Martins Fontes...sabia o que
a flor dizia:
” não me leves...não me
leves... para o mar...
eu sou nascida na terra
e na terra quero ficar...
mas a fonte sonora e fria
cantava levando a flor...”
Você me ama eu sei...
e nem uma fonte sonora
e fria levará o nosso amor
para o imenso mar,
porque nascemos um para
outro e no outro queremos
ficar...
Vem... esparrame pelo chão
essas pétalas molhadinhas...
Você sabe que nem sempre
a chuva vai parar.
Mesmo quando estamos
separados pelos nossos
espelhos espectadores.
Amor...vem...não queira ser
apenas você mesma.
Venha mostrar como você
atavia a nossa vida.
Sei...sim... o quanto você
é bela...
Mas agora nem beijos quer,
e nem abraços e nem nada...
Você apenas quer ficar
olhando no teu espelho...
onde meu rosto
virou uma nuvem.
Apenas uma imagem
evanescente... deste
nosso amor...
agora todo borrado.
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Autor: Cássio Seagull
Poesia que fiz em 17-11-10 às 18 h em SP
Lua crescente – nublado chuvas -17 graus
Beijos e abraços para você...Boa quinta.
cseagull2@hotmail.com
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