Sorrio triste pelo Amor

Sorri hoje tristemente.

Parece-me que em outra vida

Em outra era adormecida

Fui querida.

Sonhava então comovida:

Havia secado a ferida?

Enfim chegara o dia

Da união de almas

Que só ouvia em histórias

Dentro de minhas memórias?

Quis a teu lado pensar em flores:

Murcharam.

Quis entender o silêncio:

Gritei...a voz perdeu-se em teu vazio.

Quis amar o amor

Quis amar o desejo

Quis amar a ternura

Mas...

Amei... a vontade de amar

Amei... a ilusão do meu querer

Amei... amei só. Sozinha.

A alma pediu

O corpo implorou

O coração (pobre coração)

Quis, de toda sorte, obedecer

E te amar perdidamente.

Com o briho que o amor merece

Com suas dores, choros, enlêvos e saudades!

E condensou-se em força, sem pesar ou pensar

Fez-se mudo, surdo a si próprio

Para que o destino, por si

Se encarregasse (pobre destino) de derramar

As bençãos e esplendores da paixão.

Porém...

O coração esquece.

Esquece que faz sozinho sua morada

No ninho que lhe aprouver.

Esquece que não é dono ou escravo.

Que é tão puro e sublime

Que não carece de esforço

Ou de forças extraordinárias.

É...garras, asas, fortaleza...é liberdade.

Amor não se pede,

Amor não se implora.

Amor sequer é destino.

O amor é.

Somente.

Hoje sorri tristemente.

Porque entendi.