AINDA É AMOR!

O amor passou como se fosse vento de dezembro,

Rápido e devastador, levando o intenso desejo.

Foi no fim do triste inverno, eu me lembro,

Que ele chegou, ousado, com o calor dum beijo.

Transbordou perfume de flores em setembro;

No meu coração de primavera, lindo ensejo.

Dos sonhos fez castelos; da verdade, templo,

Porém, quis jogar com a sorte no bilhete do realejo.

Assim, o vento forte derrubou as cartas;

Junto com a chuva, levou as orações fartas,

De tanto falar em vão, desfez as palavras.

E, agora, o amor não verá o verão, está acabado.

Creia que este último verso está um tanto manchado

Porque, aqui, caíram algumas gotas de lágrimas.

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 20/11/2010
Código do texto: T2626103