ROSA DO TEMPO

Dizem que o tempo sempre é o mesmo

Seja agora, seja amanhã

Ou seja, sempre.

Mas, o que dizer aos estudiosos

Do tempo sobre os meus sentimentos?

Qual explicação eles dariam

Para as lembranças minhas

Que estão presas no tempo?

Como é possível ter o tempo a favor

E agora tê-lo tão distante?

Como disse o poeta numa música:

Rosa do sol é girassol

Rosa de mar é margarida

Rosa da vida é bem, é mal me quer,

É boa noite, é bom dia onze horas...

Ah, tempo do tempo,

Peça um tempo ao tempo

Para termos tempo de nos amarmos

Como deseja o tempo.

Existem em nossas vidas situações

Que nos colocam a olhar o horizonte

Que distante parece estar.

Eu olho a ti para o passado

E a vejo no presente

Caminhando para o futuro.

Tal qual a rosa na essência da canção,

Assim como a decência dela no jardim

Que leva ao teu olfato

O perfume quando os pingos do "sereno"

Da noite nela bate.

Eu olho a ti...eu olho a mim...

Vejo ainda em nós uma sólida cumplicidade

Que nem as mais fortes badaladas

Das situações humanas que nos cerca

Conseguiu destruí-la.

Eu sou apenas um homem

Num ritmo lento do cotidiano,

Tu és uma mulher

Que busca nas esquinas da vida

O mesmo sentido das palavras soltas ao vento

Que nos amarra pelas rimas e métricas

Dos poemas sem rima e sem métrica,

Quase Drummondianos.

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 22/11/2010
Código do texto: T2630571
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