O ÚLTIMO SUSPIRO

Na hora em que a sorte

Do cajado gelado

Desce ligeira

E assovia altaneira

O canto da morte

Quando toca

A pele da nuca

E cutuca

O osso

Do pescoço

Quando rasga

A medula

Engasga e macula

A ligação

Mente-coração

Quando entoa

O hino derradeiro

E revoa

Inexorável

Ecoa o inexplicável

Quando me pasmo

E admiro

Qual orgasmo

Sinto faminto

Em meu último suspiro

Só nessa hora

Tão só... Só agora

É que sinto tão forte

A vontade que chamo

A de dizer : eu te amo

Só agora é que vi

Que o mais que vivi

Não importa

Vivi atrás da porta

A esmo... Atrás de mim mesmo

Em instantes... Antes

Que perca a cabeça

Desça

Do teu pedestal

Que tal ?

E dá-me um beijo demorado

O mais apaixonado

Do planeta terra

E transforma minha guerra

Em paz...onde jaz

Um homem feliz

Um aprendiz

De feiticeiro

Um poeta brejeiro

Que viveu como quis

Sigmar Montemor
Enviado por Sigmar Montemor em 24/11/2010
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