O ÚLTIMO SUSPIRO
Na hora em que a sorte
Do cajado gelado
Desce ligeira
E assovia altaneira
O canto da morte
Quando toca
A pele da nuca
E cutuca
O osso
Do pescoço
Quando rasga
A medula
Engasga e macula
A ligação
Mente-coração
Quando entoa
O hino derradeiro
E revoa
Inexorável
Ecoa o inexplicável
Quando me pasmo
E admiro
Qual orgasmo
Sinto faminto
Em meu último suspiro
Só nessa hora
Tão só... Só agora
É que sinto tão forte
A vontade que chamo
A de dizer : eu te amo
Só agora é que vi
Que o mais que vivi
Não importa
Vivi atrás da porta
A esmo... Atrás de mim mesmo
Em instantes... Antes
Que perca a cabeça
Desça
Do teu pedestal
Que tal ?
E dá-me um beijo demorado
O mais apaixonado
Do planeta terra
E transforma minha guerra
Em paz...onde jaz
Um homem feliz
Um aprendiz
De feiticeiro
Um poeta brejeiro
Que viveu como quis