Amor e fado negro

A negra vida olhando o rio,

negro fado perdidos nas vielas.

Trinam as guitarras em desvario,

nesses poemas e vidas singelas.

Um trinar, numa alva madrugada,

aviso que a saudade nasceu;

Há que cantar, em voz amargurada,

ternura que pelo mar se perdeu.

Trinem… Trinem na triste melodia,

as guitarras que soam no meu peito.

Poetas e fadista, se dizia:

Amor cantado é findo no leito.

É a guitarra guia do destino,

melodia no cantar da saudade.

Nas águas azuis do rio eu termino,

buscando na sua barra, a verdade.

Zarpando as caravelas mar afora;

Sem fim à vista ou qualquer lado.

Xaile negro traçado… é agora,

que a saudade aperta… e se ouve o fado.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 26/11/2010
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