Ensaio erótico
Porta entreaberta em testemunho...
Velas de andiroba espargindo pouca luz,
exalando elixires as pétalas deitam-se sobre o leito,
estrada nupcial percorrida a colo,
duas almas se reencontrando na poesia corpórea,
fecundo amor que os céus entalharam em nuance...
Em toques loucos de calores inolvidáveis,
melodias se confirmando na pouca e etílica luz
hão de consumar o fascínio fértil da pele que se acumula
e elevar às alturas o desejo e a emoção dantes tão contidos,
duas almas que permitem aos seus templos
as venturas quentes e doces em evolução...
Daí em diante, em oposto à letargia, velas e essências,
humanas se fazem as almas nuas, a poesia em sonora ronda,
exultantes sonhos declamados pelo desejo ao seu par,
em suspiros muitos e intermitentes, fortes e tenros como a vontade de dizer de algo que ainda não se fez
no diálogo mundano de duas almas meninas em ebulição...
E assim, nesta orgia entre poema e poesia,
vibrantes nos corações sonhadores e amantes,
nesse raro ambiente de pouca luz, cenário nada inocente,
acontece esse encontro de encanto, sedução e confinamento,
culminando em regozijos tais que só quem conhece amor pode sentir,
de modo que a distância não precise significar tristeza
ainda que signifique saudade!