Ensaio erótico

Porta entreaberta em testemunho...

Velas de andiroba espargindo pouca luz,

exalando elixires as pétalas deitam-se sobre o leito,

estrada nupcial percorrida a colo,

duas almas se reencontrando na poesia corpórea,

fecundo amor que os céus entalharam em nuance...

Em toques loucos de calores inolvidáveis,

melodias se confirmando na pouca e etílica luz

hão de consumar o fascínio fértil da pele que se acumula

e elevar às alturas o desejo e a emoção dantes tão contidos,

duas almas que permitem aos seus templos

as venturas quentes e doces em evolução...

Daí em diante, em oposto à letargia, velas e essências,

humanas se fazem as almas nuas, a poesia em sonora ronda,

exultantes sonhos declamados pelo desejo ao seu par,

em suspiros muitos e intermitentes, fortes e tenros como a vontade de dizer de algo que ainda não se fez

no diálogo mundano de duas almas meninas em ebulição...

E assim, nesta orgia entre poema e poesia,

vibrantes nos corações sonhadores e amantes,

nesse raro ambiente de pouca luz, cenário nada inocente,

acontece esse encontro de encanto, sedução e confinamento,

culminando em regozijos tais que só quem conhece amor pode sentir,

de modo que a distância não precise significar tristeza

ainda que signifique saudade!

Nalva
Enviado por Nalva em 14/10/2006
Código do texto: T263943
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