O que me resta
Fico inerte
ao ver o teu rosto,
o rosto que povoa os meus sonhos –
sonho de um amor ancestral.
Além de não me mover,
também não consigo falar,
me faltam palavras para dizer
tudo aquilo que carrego
em meu coração.
Fico eu abobado, parado,
como que sonhando acordado…
diante de ti não tenho ação,
nem mesmo sei quem sou.
Escapam-me os versos que crio
com todo cuidado pensando em ti;
simplesmente fogem de mim
os tão alegres versos.
Então, o que me adianta
ser poeta? Declamar (sozinho)
arquitetados poemas,
afirmando e reafirmando
o nosso amor, ou apenas o meu…
O que me vale decorar
palavra por palavra
de um discurso apaixonado
pensando em agradar-te?
Se diante de ti fico inerte,
passam-se as horas, o dia anoitece,
passam-se os dias, tua falta me enlouquece...
Então, o que me resta é sonhar.