SANTO POETA

Tenho pérolas na concha das mãos

Em oferta sublime aos teus anseios.

O vinho que inebria nossos nãos

E o leite que fecunda nossos meios.

Levo tramas na boca em confissão

Por minha reverência à tua sede.

O silêncio da palavra encontra a permissão

De pescar estrelas no céu da tua rede.

Cuido do teu ser como a um santo

Contemplando todo exemplo de vida

E, pequenas faltas, cubro-as com um manto.

Paro diante do teu altar e medito

Quão grande é a poesia e tão querida

Quando, por tuas mãos, fica o dito, bendito.

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 11/12/2010
Código do texto: T2666200