POESIA DISSERTATIVA

Às vezes bate um medo, desconfiança respaldada nas decepções cicatrizadas

Por mais que as coisas e as situações nos ensinem, seremos sempre preconceituosos estigmatizando momentos e pessoas...

Às vezes bate um medo sim, mas é medo mesmo, e por mais que eu lute contra meus raciocínios, entorpecidos estão de estereótipos...

A verdade é que o autoconhecimento nunca é total, cada dia representa um momento oculto, inédito, inusitado e surpreendente, e o mais absurdo é que não há nenhuma magia nisso, é tudo singelo.

Toda essa percepção abstrata de analise introspectiva é inerente ao ser humano e, conseqüente ou inconseqüentemente faz parte da nossa caminhada.

Todos em absoluto pensamos na possibilidade da somatória de felicidade com realização e por conta disso alimentamos esse monstro que habita em nós desde a corrida uterina e, catalisados pela ânsia de vida que nos impulsionou a vitoria antes de termos o intelecto formado, prosseguimos errando por nós e para os outros...

Num comportamento egocêntrico, o que todos desejam na verdade é encontrar a fórmula da felicidade, conseguir superar os próprios traumas e embarcar em uma nova vida de felicidade e plena compreensão. O problema é que na maioria das vezes as experiências amargas produzem feridas tão profundas que muitos gastam a vida inteira em conseguir cicatrizar e outros param no tempo, sem nunca evoluir, porém, os que resolvem seus conflitos e conseguem embarcar em uma nova vida, tornam-se mais felizes.

Acho que às vezes não somos felizes por sermos exageradamente idealistas, mas em contra partida admito que devo perseguir meus sonhos enquanto o mestre não reprová-los.

Dizem que errar é humano, repetir o erro é burrice. Mas, o que fazer quando o desejo de satisfazer o próprio desejo, mesmo que sendo errado, supera o medo de fracassar? O que fazer quando o coração nos leva a desejar intensamente o proibido? O que fazer quando o sentimento ofusca o entendimento e já não se consegue compreender que o certo é certo e o errado é, no mínimo, tentador?

E, como posso me animar se não mando nos meus indomáveis sentimentos?

Por um momento pensei ter respostas para todas essas indagações... Porem percebo que as coisas do coração verdadeiro não se avaliam com diagnósticos lineares, limitados e mecânicos... Aqui, no EU verdadeiro, os tabus, as regras, as tradições, culturas e convenções sucumbem e reverenciam a uma estatística confirmada desde sempre por todos os seres que se atreveram a protagonizar historias desse cacife... Sejam eles plebeus ou monarcas sejam estas historias ou estórias... Completas ou exterminadas, a característica que as tornam comum é serem indomáveis e inaconselhaveis...

Não me atreveria a falar de fracasso, não exultaria em falar de felicidade, todavia, não hesitaria em falar de amor.

BENSIROM
Enviado por BENSIROM em 13/12/2010
Reeditado em 04/04/2011
Código do texto: T2668637