AMOR À MODA QUINTANA

Um dia, em arroubo, a vida,
Passando, como sempre a passar,
Levou-me, de tudo que eu tinha,
O grito, o sorrir, o olhar...

Se agora, envelheço calado,
Esperança, já há muito acabou,
Restei, o bater acanhado,
Que no peito, sem sorte, sobrou...

Se me ouve, em verdade me escuta,
Sou assim, com razão, sem razão...
Um coração, que sozinho reluta,

Em pulsar, em chorar de emoção,
Em seguir, do regente, à batuta,
Que tu, firme, seguras na mão.


***(Inspirado nas poesias: Canção Para Uma Valsa Lenta e Da Vez Primeira Em Que Me Assassinaram, de Mário Quintana)