TUA SOMBRA

Ah, amor, se tu soubesses que a tua sombra tem vida
porque na tua sombra estou a te espreitar, bem escondida!...
Ah! Eu sou a tua sombra - repleta da tua história!
Sofri com teu desalento; vibrei com cada tua vitória!
Teus gestos eu repetia, fiel, no teu desespero;
e nas coisas que mais amas, nas que deste teu esmero...
E quando te isolaste, achando que eras sozinho,
na penumbra do teu quarto, não sentiste o meu carinho...
Quando te julgaste o máximo - tão lindo, tão envaidecido,
eu, tua sombra, te imitava: não te achava convencido!
Ah, meu adorado Adônis; não sabes desta magia!
Tua sombra não é, não, morta, ocaso, ou letargia...
Eu sou a tua sombra! E sinto todo o teu desassossego;
nem me vês no teu encalço, te ofertando aconchego!
A cada nascer do sol sobre o castanho do teu olhar...
A cada brando anoitecer - no teu repouso, teu respirar...
Aonde quer que tu vás; e com quaisquer companhias,
nada te segue tão perto: nem amores, nem ventanias!
Amor: lembra da tua sombra, na hora do sofrimento;
e lembra-te dela agora, se sorris neste momento!
Tua felicidade é a chama que nutre a minha devoção: 
de tanto te amar aceito ter-te, só, em meu coração!...


Com amor,



 





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Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 19/10/2006
Reeditado em 19/10/2006
Código do texto: T268623
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