Não me ensinaste a voar.... (talvez um texto de amor, talvez...)

Apenas cansaço de seres,

eu incluído,

razões todas, abandonos silenciosos

distâncias inultrapassáveis

mas como eu desejo,

se desejo

o mesmo sabor do vento norte

aquele cheiro de atlântico em fúrias

ouvir terra carregada de personagens

apressadas,

sem destinos como eu

bastava-me apenas teu olhar

nem o sorriso,

apenas teu olhar,

não o encontro nem na imaginação

dos meus olhos cerrados

nem descrito num qualquer verso,

leio coisas sem sentido,

apressadas, mal escritas, descritas sem sal

das águas, sentimento

paixão de outros nadas que

de tão repetidos

são tudos,

jamais todos,

vícios com que me presenteaste

encontros em cada uma das tuas linhas

todo o ser, o meu ser, o magma,

mas,

perdi te para sempre nesse dia

de costas para o nosso mar,

perdi esta poesia

rasgada em pedaços

na minha solidão

desejada talvez,

sabendo

que sem ti,

todo o beijo não será

beijo,

a poesia não será alma

nunca mais,

jamais reencontrarei

horizonte na mais simples das palavras,

não me ensinaste a voar.