Preciso do seu amor

jogo o papel no cesto

novamente

nada é tão certo

quanto o sorriso

que nos maltrata

passo os dias catando

palavras no ar

zumbidos intermináveis

moscas que passam

zombando dos poetas

o carteiro entregou

cartas devolvidas

nunca recebidas

nunca enviadas

na caixinha do correio da vizinha

fecho os olhos para imaginar

um corpo sensual

uma pele de cigana

mas a dor refaz o sofrimento

mãos que buscam fantasmas

preciso do seu amor

amor tão perfumado

flor roxa perdida no mato

o dia se vai

e o poema morre cedo

carlos assis
Enviado por carlos assis em 26/12/2010
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