O amor resiste


O sol queimando miolos
Meus olhos não crêem no que vêem
O crime, a curva, a colisão
O filme, a chuva, o palavrão
O medo em cada esquina
A solidão contando seus mortos
O Haiti contando seus corpos
Ai de ti
e da tua desumanidade
Enquanto isso
Em algum canto da cidade
O amor nasce, feito bondade
sem pranto e risco

A violência calando bocas
Meus versos não emudecem, nem envelhecem
O perfume, a fuga, a traição
O ciúme, a culpa, o perdão
A lágrima em cada despedida
A solidão contando seus dias
As suas mãos ficando mais frias
Ai de ti
e da tua desumanidade
Enquanto isso,
em algum canto do país
O amor nasce, aprendiz
Sem pranto, puro e feliz
 
Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 28/12/2010
Reeditado em 15/11/2015
Código do texto: T2695167
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