À DERIVA
À DERIVA
Nas tardes aveludadas de inverno
(sua estação preferida)
em águas luxuosas
onde a devassidão reina
você é leito que flutua
desancorado, à deriva
em confesso eretismo permanente
o desejo sempre roçando o interdito
Nesse cenário, sem destino
mais trilha, picada, que caminho
o amor é máquina de tortura
Ana Guimarães