À DERIVA

À DERIVA

Nas tardes aveludadas de inverno

(sua estação preferida)

em águas luxuosas

onde a devassidão reina

você é leito que flutua

desancorado, à deriva

em confesso eretismo permanente

o desejo sempre roçando o interdito

Nesse cenário, sem destino

mais trilha, picada, que caminho

o amor é máquina de tortura

Ana Guimarães

Ana Guimarães
Enviado por Ana Guimarães em 22/10/2006
Código do texto: T270348