Se um dia deixar este mundo, vivo...
Enganos cansados do destino trilhado
sem um amanhã
com luz brilhante,
regresso ao mar das grandes ondas
onde na areia se constroem castelos junto à praia
deserta,
colocando princesas de longos cabelos
olhando horizontes desconhecidos,
enclausurados,
desejando conquistadores,
piratas dos frágeis corações desfeitos
por lágrimas onduladas,
na partida já conhecida
para batalha perdida, lá longe,
canto o meu amor numa balada,
ajoelhado no sossego de coral amarelo
perto das anémonas do mar,
sabendo que na ténue superfície
o ouro do dia esconde tristeza
da alma procurando luz,
buscando por ti.
Se um dia deixar este mundo,
vivo…
que seja
seguindo a migração dos pássaros
até aos confins dos céus estrelados,
dos cometas sem idade,
mas sempre por cima,
do oceano azul celestial,
onde,
desde o todo presente,
vivemos.