A DOR QUE TE DÓI

Que a dor, que é dor, que dói,

breve seja, e não prevaleça,

no corpo teu que doendo mói,

e no fim só uma saúde vença.

No amor (aquele que te tenho),

como um nado sol a amanhecer,

saibas sempre tu, ao que venho,

como se fora um mar a antever.

Somos filhos, da Mãe Natureza,

cuidemo-la, que de nós cuidará…

e inda que órfãos, dela a certeza,

que em vindo a vã noite, nos velará.

A carne é fraca, bem o sabemos,

forte é o pensamento, a haver,

dele, tiraremos os dividendos,

aprendendo o que há de precaver.

E já sanada, com a vida pela frente,

teus medos, não mais agonizarás…

pois, diante de ti, terás o presente,

e a tudo, sem receios, ultrapassarás.

Eu continuarei a sonhar, um sonho,

que, só aos poetas, é permitido:

doces jardins, que aqui deponho,

porque tudo, no sonho, me é devido.

Jorge Humberto

10/01/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 10/01/2011
Código do texto: T2721101
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