Bilhete
Meu peito contrai.
Sei que não tenho muito tempo.
Minha respiração falha.
Cada vez que inspiro,
De três a cinco facadas curvam minhas costas e lacrimejam meus olhos.
Sinto que vou morrer.
Não tenho arrependimentos,
Não tenho segredos,
Não tenho nada.
Nada.
E este bilhete,
Sem sentido,
Sem escrúpulos,
Sem mentiras.
Num último ato,
Logo antes de tombar,
Escrevo.
A única coisa que tenho presa em mim;
A única coisa que tenho medo de te dizer:
Eu te amo.