Último Tango

Passo arrastado, puxado pelo corpo,

balancear de tango que o tempo

levava,

sem regresso

mesmo no descanso dos corpos suados

jamais escorregando,

o acorde triste de violino soando

além do respirar,

suspiro no último encostar

de corpos se movendo,

sentindo

aquele olhar entristecido,

nas mãos entrelaçadas,

libertas por um único momento

no simples acenar do adeus.

“Mi libertad desnuda me hace el amor perfecto”

( Horácio Ferrer “Libertango” )