Estranho olhar

Naquele lugar, estavam a crucificar
o filho de Deus!
Podia-se ouvir os risos, bofetadas,
Palavras de provocações
Ali sendo pronunciadas
Contra aquele ser.
As blasfêmias eram lançadas
Sem nenhum temor
Do rosto, pés e mão.
O sangue escorria...
De cima, já quase sem força
E com o corpo transpassado
De onde saia sangue e água,
Ele os olhava… Estranho olhar!
Não havia ódio ou rancor,
Havia paixão por aqueles
Que O torturavam.
Havia amor por aqueles
Que o matavam.
Estranho olhar! Havia amor
Nos olhos daquele homem
Vendo os seus algozes
Nem um vestígio de mágoa, registrou-se.
Só amor! Só amor!
Estranho olhar!


 

...

Nasser Queiroga
Enviado por Nasser Queiroga em 21/01/2011
Reeditado em 10/06/2020
Código do texto: T2742658
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