Tarde Fria

Um cavalo sem rumo

cheio de dúvidas sem prumo

busca uma direção

cavalga tão forte

sem medo da sorte

o meu coração

Uma espada o divide

Uma dor o consome

saudade maltrata mais do que fome

É um caminho tão longe

cansa minhas pernas

cansa meu pensamento

O frio duro muitas vezes cruel

para aquele que caminha sozinho

quem quer um pequeno carinho

também quer o céu

II

O sentir tão fraco como vento

O possuir rápido como o pensamento

A juventude floresce e murcha

sem o brilho de outrora

seus dias foram embora

inconsoláveis e fúteis

A virilidade é tão efêmera

A consciência tão déspota

Machucas o que está ferido

Chuta o cadáver que deixou o tempo

sem escolhas e sem esperanças

Tanto de tudo

E ao mesmo tempo nada

O nada como tudo

são enganos de palavras.

Henrique Rodrigues Soares - Relicário das Dores