Amo o amor sem tempo,
     Amor forte como o vento,
     Vento que vem e tudo varre.
     Amo o amor de pele ou sem pele.
     Amo o amor que pode até doer,
     Que pode fazer sofrer,
     Que caminha em ruas desertas,
     Que se empapa de chuva,
     Ou se tosta ao sol do sertão.
     Amo o amor doido, sem coração,
     Amor sentido, sem sentido,
     Amo o amor, em vão.
     Que dorme a espiar a lua,
     De rede de minha varanda.
     Que vai e volta, feito peão.
     Que me sacode, maltrata,
     Por pouco, quase me mata,
     Mas, completa minha cata,
     De amar sem argumentos,
     De maneira incoerente,
     Por vezes, inconsequente.
     Mas, certamente amor, te amo.