O Amor através dos Tempos

Rostos perdidos no passado

cartas misteriosas

que de tão lidas

não escondem mais segredo algum.

Cadê aquele cachorrinho?

aquele cachorrinho que destruía calçados

pulava, corria de língua de fora

agora, ele quase não existe

está velho e cansado

sem aquele brilho mimado

hoje, ele se arrasta pelo chão.

Não caça mais a vida como ela é

pura e selvagem

cheia de espinhos e folhagens

pois tem medo de se machucar.

O cachorrinho está tão triste

ele não corre, não pula mais

não abana o rabo

cadê o seu olhar feliz?

não existe mais

seus pêlos estão caindo

e da sua auto estima apenas sobrou

um resto de ossos

e um pedido de compaixão.

Henrique Rodrigues Soares - Relicário das Dores