A MÃO QUE TE CHEGA É POESIA INSANA

A vontade que te ronda

como se fosse presença

mão nas tuas coxas

indecente

em teus bicos

boca em teus seios

é poesia mais louca

a que não tem brio

é a letra sem juízo

que sai pela noite em desatino

a que vai no vento

na valsa

e entra pela porta

ou pelo vão

é a mão que te adentra

letra torta

por baixo do lençol

pelo arrebol da tua cama

letra áspera como lixa

que se fixa no teu meio

alisa tua boca

bebe na tua fonte

e se dana sobre

suave te aquece

e te umidece

a mão que te entra

é poesia insana

tesa intensa que aqui jorra