Amores que matam

Eu não quero um amor civilizado

Com recibos e senas de sofá

Eu não que que viajes ao passado

E voltes do mercado com vontade de chorar

Eu não quero vezinhas fofoqueiras

Eu não quero plantar nem compartilhar

Eu não quero 25 de dezembro

Nem aniversarios felizes.

Eu não quero carregar tuas maletas

Eu não quero que escolhas meu shampoo

Eu não quero mudar-me de planeta

Cortar a custeleta, brindar a tua saúde.

Eu não quero domingos pela tarde

Eu não quero balança no jardim.

O que eu quero coração covarde

É que morras por mim...

Eu não quero juntar para amanhã

Não me peças pra chegar ao fim do mês

Eu não quero comer uma maça

Duas vezes por semana, sem vontade de comer.

Eu não quero calor de invernadeiro

Eu não quero beijar tua cicatriz

Eu não quero Paris com aguaceiro

Nem Venesa sem ti.

Não me esperes na porta do cartório

Não me digas: tentemos re4começar

Eu não quero nem livre nem ocupado

Nem carne, nem pecado

Nem orgulho, nem piedade.

Eu não quero saber porque fingiste

Eu não quero contigo, nem sem ti

O que eu quero garota de olhos tristes

É que morras por mim.

E morrer contigo se te matas

E matar-me contigo se tu morres

Porque o amor quando não morre mata

Porque amores que matam nunca morrem.

Joaquin
Enviado por Joaquin em 28/01/2011
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